Para tentar conter os efeitos da grave crise mundial na
nossa economia, a Presidenta Dilma lançou mão de um artifício usado pelo seu
antecessor Lula, a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
para os produtos da chamada “Linha Branca”, que inclui fogões, geladeiras e
lavadoras, o governo também resolveu incluir produtos como móveis e alguns
itens de decoração na medida, que objetiva a diminuição da parcela do imposto
que incide sobre eles. Espera-se que a medida mantenha o mercado aquecido e os
consumidores, principalmente a classe C, ganhe poder de compra minimizando
assim o estrago da crise na nossa economia.
A população, como não poderia ser diferente, adorou a medida,
porém, o que muita gente ignora é o prejuízo que essa medida causa aos municípios,
mais notadamente os pequenos municípios, em especial os que dependem do FPM
(Fundo de Participação dos Municípios). O FPM é uma transferência
constitucional, composta de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda e do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
O Governo Federal anunciou na terça-feira (27) que a desoneração que
entrou em vigor no dia 1º de dezembro e deveria ser encerrada no dia 31 e março
continua até o dia 30 de junho. Segundo a Confederação Nacional de
Municípios (CNM), a prorrogação deverá impactar os valores do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM) dos próximos meses em mais de R$ 148 milhões.
O IPI corresponde a 15,9% do total do FPM.
Pelos dados da Receita Federal, nos quatros meses, a renúncia
fiscal relativa a esses produtos foi de R$ 361 milhões. Com o novo prazo,
estima-se um valor de R$ 271 milhões. Pelos cálculos da CNM, o impacto nos
Municípios foi superior a R$ 84 milhões, e nos próximos meses deve ultrapassar
os R$ 148 milhões.
Pelo visto, os prefeitos não terão vida fácil em pleno ano
eleitoral, enfrentando problemas para saldar suas dívidas e cumprir seus
compromissos. Só espero que essa medida não afete o pagamento de salários dos
funcionários, pois seria desastroso.
A pergunta que não quer calar: Será que os gestores estão
preparados para enfrentar a crise que se aproxima? Será que já pensaram em um
plano alternativo para não sucumbirem diante da falta de recursos?
O alerta que fica é para que os prefeitos e isso inclui o da nossa
cidade, reduza drasticamente os gastos supérfluos e desnecessários, dando
prioridade para manter em dia os salários, não só dos funcionários, como também
dos comissionados e contratados, pois fica muito difícil alguém empunhar
bandeira e soltar gritos de incentivo com os bolsos vazios e cheios de dívidas
para pagar.
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